segunda-feira, 6 de abril de 2015

Poesia de quinta

Minha poesia é de quinta!
Como é quinta a roupa que eu visto
A comida que eu como,
A bebida que eu bebo,
As gentes com as quais ando
E os becos por onde festejo.
A quinta é tudo que não cabe
no verso tolhido,
na rima rica,
no livro que não publico.
A quinta é a quina da menina
dos sonhos, roubada.
A quinta são as tripas expostas
do massacre nas páginas policiais.
A quinta é o que me é negado
E é a resposta que não se satisfaz.
A quinta é a boca dos que não morrem afogados
no mar de primeira, segunda, terceira, quarta...
Mil tentativas válidas nos sonhos que latejam
in-can-sa-vel-mente.
A quinta não mata,
não mente a dor que sente
e nem a força do que é capaz.
A quinta é o povo junto fazendo pirraça
Pintando os muros, palavreando as praças,
Bombeando sangue nozói e no coração.
Um jeito diferente de fazer amor
E de fazer revolução!

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