quarta-feira, 13 de março de 2013

O que eu gasto no mundo que eu quero ser


Que este corpo seja gasto.
Não apenas pelo tempo, pai- padrasto.
Não somente pelo corredor - corrimão.
Que seja gasto pelas noites que perderei
Contando estrelas
Conversando besteiras
Escrevendo versos inúteis.
Que meus pés sejam gastos pelas andanças que farei
Pelas minhas esquinas
Pela América Latina
Por cada pôr do sol que houver.
Que minhas horas sejam gastas da forma mais intensa
Sem receios, nem prestações...
Com os passos de dança não ensaiados
Com aquelas boas canções
Que não cantam só por cantar...
De um jeito em que não economize
Sorriso, mão estendida e prontidão para a luta.
Que minha vida seja gasta, consumida pela fome que terei
Enquanto houver gente com fome de comida
Enquanto houver gente sem saída
Enquanto este mundo for o mundo de não gastar de si em amor
Enquanto este mundo não for o mundo que quero ser.

Um comentário:

Luiz Luz disse...

Não tem como fazer um comentário diferente de 'amém'.