segunda-feira, 30 de abril de 2012

Fênix

Havia um vazio em meu coração. Mas, lá no fundo havia uma pequena reserva de amor. Que alguem veio e... Quando eu menos esperava, onde estava? Fui roubada! Saiu às escuras. Sabe duas vezes vazio?! Então... De frente pro espelho A lágrima desce quente e silenciosa. Deixo que caia Até que a fonte seque. Arrumo os cabelos E me preparo para guerra Como quem prepara uma vingança. O rosto limpo, um sorriso alívio, Os olhos queimando! E percebo: acabo de entrar em auto-combustão. Precisava esvaziar-me para me tornar cinzas. Como é bom ser cinzas. Só sendo cinzas para poder renascer.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Fôlego


"Da primeira vez quem sugeriu,
Eu sei, eu sei, fui eu.
Da segunda quem fingiu
Que não estava ali também fui eu.
Mas em toda a história,
É nossa obrigação
Saber seguir em frente,
Seja lá qual direção.
Eu sei.
(...)
E te peço, me perdoa,
Me desculpa que eu não fui sua namorada,
Pois fiquei atordoada de amor
Faltou o ar,
Faltou o ar.
Me despeço dessa história
E concluo: a gente segue a direção
Que o nosso próprio coração mandar,
E foi pra lá, e foi pra lá, e foi pra lá."
(Assinado eu - Tiê)

Neste mundo, parece que somos todos náufragos. Em alto-mar. Desejamos encontrar terra firme. Nos desesperamos de só enxergar água por todos os lados. Para onde ir? Esperar a chuva? Deixar a onda nos levar? Sabe-se lá se vamos encontrar um bote salva-vidas ou um navio pirata... É preciso procurar a direção. E quando avistar terra - ilha ou continente - fazer pausas estratégicas para recuperar o ar. Quantos dias e noites verei sóis e estrelas sem tocar o chão, eu não sei.  Hoje eu peço fôlego. Escolhi nadar.

*Novos eus vão surgindo, novos poemas se construindo, assim, meio que ainda pedindo fôlego pra nascer. E é nadando que vou fortalecendo músculos, cabeça e coração, poemas e decisão. Vamos lá, Macabéa! O mar é grande! :)


quinta-feira, 12 de abril de 2012

De repente


*Você não poderia surgir agora
Você nem deveria me olhar assim
Alguma coisa diz que é pra eu ir embora
E outra diz que eu quero você pra mim..."
(Roberta Sá - Você não poderia surgir agora)

Você chegou de repente
E, de repente, se fez constante,
Um presente.
A noite passei a chamar teu nome
E desejar seu beijo quente.
Querer te contar meu dia.
E apertar meu peito, quando ausente.
Assustei-me!
E menti: - Não me ligue, não me faça feliz!
Por medo de te amar,
Neguei o bem que me quis.
Mas é tanto o bem que me faz,
Que em segredo...
Sorrir ao acodar, eu sou capaz!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Um poema por dia

Eu te escrevo um poema por dia, mas é segredo!
Eu te escrevo um poema todo dia na intenção de que minhas palavras te alcancem.
Não para que tenhas lembranças minhas,
Mas para que um sorriso te venha sem motivo
E uma borboleta pouse em teus cabelos...
Para que sintas o cheiro de capim santo - que deixa tudo tranquilo
Depois do banho da noite, antes de dormir.

Eu te escrevo um poema por dia para agradecer estar vivo
E pelo simples motivo de poder fechar os olhos e te ver.
Isso não me basta para as incuráveis horas de saudade,
Nem para as noites de desejos sem fim.
Mas me vale para escrever meus versos -
nos muros, nos livros velhos e em mim.

Poço feio


Eu vi o olho d'água parecendo ninho:
Tudo em volta era passarinho
Querendo bicar goles de vida.

A luz dos seus olhos pequenos


Tenho febre,
Meu corpo arde,
Queimo de saudade.
E as paredes falam comigo.
Elas tem a sua voz rouca,
O seu cheiro doce,
E o seu sorriso de fim de tarde.
Mas os seus olhos pequenos...
Eu não os vejo!
Onde estão?
É esta solidão que aumenta o meu desejo
Do seu toque.
Só quando desperto do quase delírio, eu choro.
Porque nem em meus pensamentos
Eu não encontro a luz...
Dos seus olhos pequenos.

Presente


Penso que se tivesse a poesia não teria partido.
Penso que desejarias a vida, ao invés da morte.
Deveria ter te presenteado com um de meus livros.
Com toda certeza, conversaríamos sobre versos
E não sobre inferno e céu.


#Saudades!

Trânsito


No estranho momento das coisas paradas
Cegas,
Surdas...
Eu vi o mundo e ouvi o seu apelo.
Então, no meio do trânsito
O mundo inteiro respirou aliviado.
Um trégua!
Me traga água, por favor!
Por instantes senti que fazia parte do universo.
Compreendi.
Mas o sinal abriu, a buzina apitou!
E eu me perdi do cosmo.

Dimensões


Não acredite em minhas palavras
Sobre metade delas, hesite
Não faço por mal, mas é que sendo poeta
Não meço o peso das palavras que saem de mim...

Veja se há coesão:
Todas as coisas pequenas são tão grandes
Que as grandes já não cabem no coração.

Então, eu confundo todas as coisas
Sem distinguir espaços, tamanhos, momentos...
Posso amar um amor grande em segundos
E um amor pequeno por todo o tempo.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Descoberta


Um arrepio,
Meu corpo arredio
Com medo de se perder
Na coberta.
É cheiro novo,
É gosto novo,
Que até, então, desconhecia,
Mas, na certa:
Um beijo a mais
E eu não vou saber dizer não.
Vou me entregar, sem alerta,
A você,
A mim,
A esta doce descoberta

terça-feira, 3 de abril de 2012

Te dedico

Ouça a música que te dedico
E chore.
Chore de saudade,
Uma saudade boa
Que doa no peito:
Uma dor que te faça sentir
Vivo.
Viva, mas ouça a musica que te dedico
Todas as manhãs, quando acordo
E choro.
De uma falta tamanha
Que em meu peito arranha
E me faz saber que estou
Viva.
É só pensar em você...

Desilusões...


Um dia eu amei, ah, amei...
Como não podia amar, ah, amei...
Só depois eu percebia:
Amar sozinho é covardia
Como pude me enganar?

Onde eu vou derramar
O amor que em meu peito há?
É amor de fazer falta o ar
Que não encontro a quem entregar
Como posso acreditar?

Se um dia eu amei, ah, amei...
Como não podia amar, ah, amei...
Um amor de fazer falta o ar
Onde posso derramar?

Só depois eu percebia
Amar sozinho é covardia
E o amor que em meu peito há
Não encontro a quem entregar

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A vida como ela é


Uma criança brinca livremente no parque.
Um abismo profundo logo mais à frente.

Um desencontro no tempo, uma desatenção ou atenção a mais,
E lá se foi o momento.
Como a vida é fugaz...

Ora se vive a felicidade, dormente
Ora se cai no abismo da infelicidade, ciente.

Veja de quanta efemeridade é capaz:
A palavra dita, a decisão tomada é flecha atirada,
é vida partida que não volta atrás.