domingo, 11 de setembro de 2011

Pertinência


Acordei no meio da noite
Sentindo-me um homem despido
De pensamento perdido
Procurando encontrar o habitante
Que estivesse a velar meu sono
Enquanto eu não estivesse em mim

Aquele homem era
Fruto de meu trabalho?
Resultado de minhas ações?
Ou um ser inacabado
De tijolos-dúvidas
Estrada-multidireções?

Aquele homem era
O operário ou o patrão?
O herdeiro ou o mendigo?
O herói ou o bandido?
E a estas tantas questões,
O que responderei?

Que partido tomarei,
Se sou homem partido?
A mim basta saber
Se sou opressor ou oprimido
E agir livremente
Na condição que me couber.

Se for pra transgredir
Que seja a hipocrisia e o medo
"Vejo agora em parte
Mas, então, veremos face a face"
O que nos é credo universal: O amor
A resposta que revela o segredo.

Acordado no meio da noite
Aquele homem era eu
Esperando que o sono chegasse
E que meus outros eus voltassem
Pro ponto de partida:
Meu corpo, minha vida.

E da próxima vez que me investigar
Que tantas preocupações
Não me confundam a consciência:
Sou o homem dentro e fora de mim
Se não me perco da essência
E da pertença à liberdade!

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