Aos poucos estou postando os poemas que fiz em/sobre Viña del Mar - Chile. Achei por bem criar uma página especial para estes poemas especiais. Espero que gostem!
Sinto frio Porque as palavras não me ardem mais... Não me ardem seus beijos. E o amor que havia,
Não sei aonde andará!
Quero cobrir-me de desejo
E aquecer meu corpo esquecido.
Quero acordar sem ter dormido.
Mas nunca amar sem ter amado
E nem viver sem ter vivido.
Quero encontrar o meu espírito exaurido
De colocar amor onde não há espaço.
Percorrer caminhos desconhecidos.
Mas nunca amar sem ter vivido
E nem viver sem ter amado.
Prefiro morrer todos os dias
A viver desacreditado...
Balas de borracha,
Gás lacrimogêneo,
Força policial,
Força das palavras:
Na manchete do jornal
- É preciso salvar a pátria:
Dos protestos,
Dos marginais,
Dos ilegais,
Subversivos...
Ó, discurso bandido
Vendido pela televisão
Comprado de olhos vendados
Quer nos confundir a razão.
Que desserviço ingrato,
Nunca foi e nunca será consenso:
Democracia?
Demagogia!
Autofagia:
Esta ordem, que progresso?
Como canta o rei: "Eu voltei, agora pra ficar. Porque aqui, aqui é o meu lugar. Eu voltei, pras coisas que eu deixei, eu voltei!!"
Que saudade do meu bloguinho, dos comentários amigos..
A estréia do espetáculo Ciganos da Cia Escarcéu foi um sucesso no Chile! Porém, muito mais do que isso, vimemos experiências que marcarão o resto de nossas vidas e as próximas vidas (se é que virão). Trouxe na mala muitas histórias e poemas de Viña del Mar e Vaparaíso... Estou preparando um diário de bordo poético. Assim que ficar pronto eu publico pra vocês aqui!
Apesar de nenhuma palavra poder descrever ao certo a rica oportunidade de participar do VII Encuentro Internacional de Achupallas, ensaio alguns versos:
Faz um tempinho que a Macabea que vos fala ta sumida deste humilde bloguinho. E hj, venho aqui pra dizer que ficarei mais um tempinho sem aparecer por aqui. - Aaah... Mas é por pouco tempo e quando eu voltar trarei novidades, mais precisamente, um diário de bordo sobre o Chile. Aguardem.
P.S. Desculpem o excesso de diminutivo. É a saudade que já tá apertando...
CIA. ESCARCÉU DE TEATRO LEVARÁ O NOME DE MOSSORÓ PARA A CIDADE VIÑA DEL MAR, NO CHILE
Sexta-feira, 14 de Outubro de 2011 às 00:00 / Por: Redação
A Cia. Escarcéu de Teatro levará o nome de Mossoró para fora do país, mostrando e valorizando o trabalho dos artistas da terra. Entre os dias 7 e 14 de novembro, o grupo mossoroense apresentará os espetáculos "Bagaço do Engenho" e "Ciganos" na cidade de Viña del Mar, no Chile.
As apresentações da Cia. Escarcéu estão inseridas no Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura do III Encontro Internacional de Teatro "Achupalla", realizado pelo Centro Cultural y Colectivo Teatral La Mandrágora". O festival tem como objetivo fortalecer o acesso à arte e à educação, com ênfase especial nos setores mais carentes da sociedade.
Na cidade chilena, o público conhecerá as histórias das produções "Ciganos", que fala sobre a cultura de um povo rico em costumes e tradições, "Bagaço do Engenho", que ressalta os valores culturais do Nordeste brasileiro.
De acordo com a produção dos espetáculos, "Ciganos" representa a experimentação de novos caminhos e linguagens teatrais. O espetáculo mostra, a partir de elementos cênicos, a realidade de um povo nômade que caminha pelo mundo afora compartilhando experiências e conhecimentos. O texto é uma produção coletiva baseada em vivências e conhecimentos científicos.
Já "Bagaço do Engenho" representa a continuidade e o aprofundamento de experiências estéticas construídas com colagem e fragmentos de textos e de experimentos cênicos desenvolvidos pela Cia. Escarcéu de Teatro a partir de diversos gêneros literários: poesias, crônicas, letras de músicas de artistas nordestinos das mais variadas tendências e estilos, tendo como propósito difundir obras de poetas e compositores contemporâneos, entre os quais destacamos: Bráulio Tavares, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Sivuca, Luiz Ramalho, Elomar, Jatobá e Xangai.
A dramaturgia do recital "Bagaço do Engenho" será guiada por elementos estéticos que proporcionarão ao espectador uma apreciação da beleza poética, da riqueza de linguagens e temáticas contidas na obra dos artistas regionais contemporâneos. Esteticamente o espetáculo foi construído com base na técnica corporal presente nas manifestações da cultura popular.
O grupo mossoroense viajará no dia 6 do próximo mês e retornará no dia 15 de novembro.
Enquanto o medo
Te escurece a vista
A coragem te faz brilhar
O corpo dá sinal de estar vivo
Não se trata de perder ou ganhar
Não há coisa que exista
Que não haja o que conquistar
A saliva que circula em minha boca
Lançarei na face do que julga com crueza
Aqueles que não encontram
Armas para sua defesa.
Calem a boca
Os que atacam,
Os que matam.
Lavem a boca pra falar dos que morrem!
Perigosos são os que destilam veneno
Aos ouvidos desatentos
Que balançam as cabeças
E dizem amém!
Eu não vou abrir mão da utopia
Não me cabe a tua mais-valia
Que tudo corrompe
E tudo detém...
Eu acredito na paz
Não me venha com guerra!
Que se unam os lares,
Que se faça a divisão igual da terra.
Enquanto o homem dominar o homem
[e a mulher]
E for o fatalismo discurso reproduzido
Quanto a vida valerá?
Este desenfreado neoliberalismo não nos aniquilará!
Liberdade,
De verdade.
Liberdade, eu vou gritar!
Unir minhas mãos,
Repartir o pão, o chão.
Você, então, virá
Pela libert-ação!
Eu não tenho visto o céu do céu
Nem o céu do seu sorriso...
No céu da minha boca
Não trago teu nome anunciado.
Nas tarefas, nos deveres, nos trabalhos,
Mergulhado, me dou por vencido...
Será, por isso, não tenho encontrado
nas coisas da vida o seu sentido?
Sei que não tivestes escondido
Eu é que, por displicência,
Covardia ou demência
Não tenho te procurado.
Ando tão distraído...
Será, meu Deus, que serei perdoado?
Se estás por aí, achado
Eu é quem estou perdido!
São deuses,
monstros, pesadelos
que reproduzem ecos
pelos meus becos.
Falo da dor, do medo, da solidão...
Dos sentidos e da razão.
E há quem diga que são
Moinhos de vento...
Eu sei que sopram alívios e tormentos
em meu nobre coração.
Mas eu não me acovardo.
Não fujo
e não finjo não terem o tamanho que tem.
Sou Quixote!
E a batalha nunca estará perdida
enquanto eu for.
Arrumada para a festa
feliz da vida
na companhia de Pedro e Sabrina.
para uma criança de 9 anos,
fez tudo o que se poderia em uma festa
naquele dia parecia não haver amarras
e os olhos brilhavam, como nunca, de alegria.
- hora de voltar pra casa, pensou.
voltou sozinha com um chocolate em mãos
era festa de páscoa na escola.
e a mãe a repreendera como nunca:
-onde estão os teus irmãos?
- Como poderia ter me distraído tanto?
chorava a menina.
Mas nem o choro e nem o chocolate que não comera
comprara de volta a sua paz de espírito.
O seu erro incapaz de perdão.
Carrega até hoje uma dívida eterna
de responsável guardiã.
Ela não sabia jogar. Nunca fora boa nisso. Sempre muito crédula na bondade das pessoas... Foi traída diversas vezes (todas as vezes). Fez tantas promessas soluçando com a cabeça no travesseiro. Decidiu que iria jogar. E até entrava no jogo, mas não sabia nele continuar. Perdeu a paz. Desistiu de jogar. E nenhuma promessa foi cumprida. A não ser a última: o jogo não era sua vocação. Os carros todos pararam. As gentes todas se perguntavam diante do corpo estirado no chão.
Cinema, música e poesia são um casamento perfeito para a nossa necessidade de arte e beleza: Um trem para as estrelas - música e poesia de Cazuza e também o título do filme de Cacá Diegues (1987): Ojovem saxofonista Vinícius passa por diversas experiências pelas ruas do Rio de Janeiro enquanto procura por sua namorada desaparecida, após uma noite de amor. Durante essa busca, ele vivencia, pela cidade, violência, miséria e injustiças, sempre envolvido pela música.
Não assisti ao filme ainda, mas tá na minha lista por causa dessa música que eu amo demais!
Pra você se encantar como eu:
Um Trem Para as Estrelas
São 7 horas da manhã
Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem protejer ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Eu ando tão só por andar
Eu ando sem sair do lugar
Dou voltas no caminho sem direção
Eu sou, não sou: O sim e o não!
Minha platéia me assiste inerte - Pela internet
Me aplaude sem entender o que eu digo
E acha que conhece meu coração...
Nem eu sei o que se passa nesta caixa fechada
Jogada as chaves fora
Deste tesouro não há guardião!
Eu ando tão exagerada
Roubando flores das calçadas
E fazendo promessa que não se cumprirão...
Eu ando confusa, tô meio Cazuza
Da vida, poeta!
Das noites secretas, o que se esconde na escuridão
Dos becos, os ecos
Dos guetos, o ethos
O éter, o ópio e o grito
De independência
Da obediência de ser línear.
Eu tô me desconstruindo
E sou os tijolos que sobraram
Por isso que eu ando tão...
Cabeça feita seguindo viagem na contramão
O que importa é não parar e nem mesmo ter que chegar
Mas ser feliz sem ter que ter razão
Que saudades eu tenho de quando você me escrevia... Hoje, quando da sua distância, por causa das suas tantas tarefas, eu me valho dos papéis antigos escritos com suas letras ‘garranchais’ que me contavam coisas bonitas e coisas banais, e me sinto afagada por tão boas lembranças – como estivesse em uma tarde de um dia qualquer, parecendo domingo, deitada em teu colo em algum canto de Guaramiranga: sorrindo com um vento gostoso a tocar nossos corpos e nossas almas – do que vivemos e pela esperança de vivermos outros momentos inesquecíveis (como a sensação que te descrevo).
Eu sei: nem você é mais este menino, eu, já não, a mesma menina, nem o nosso amor é o mesmo – crescemos todos: somos adultos. Mas o amor fica velho? Pergunto. Precisa ele (o amor) perder o brilho adolescente da descoberta e o calor do desejo? Precisa o amor ter o mesmo tempo do tempo que corre? Existe uma fórmula para manter o sentimento - que une duas pessoas - sempre ‘em forma’? Em ‘forma’ de quê mesmo?
Não quero um amor caduco e cheio de razões de ser. Quero um amor que simplesmente não traga em si motivos, mas, necessidades de existir. Eu preciso de um amor fora do tempo real, sem ‘forma’, intenso, multicolor, com gosto de pudim-doce de leite, e sensações das mais diversas, porque é para isto que existe o amor - para colorir, dar gosto, para transcender tudo o que é: “O amor é a força mais potente e mais sutil que há no mundo” (Gandhi).
Vamos rebuscar o amor feliz e jovem que guardamos nas gavetas e caixas de lembranças.
A., sem pressa, colhe o que é teu: Tua dor. Não te enganes com os frutos deste cultivo: Eles não apodrecem e caem. Só você pode tomá-los, e dar-lhes o seu devido lugar dentro dos compartimentos de sua existência. Estes frutos - como diz - malditos: não são jogados fora - De forma alguma! Pertencem à você. Saiba onde guardá-los - sem angústia. Deixe-os num lugar claro e limpo, Onde possas vê-los bem.
És louco, poeta? Me perguntas. Ao passo que te respondo: Se engana quem esconde de si os benefícios da dor:
Não há ferida que não se cure,
E não há alegria que perdure
Sem conhecer o dissabor.
Com isto, espero que entendas: Teu fruto não é maior, nem mais amargo. Nem mais pesado, nem mais difícil: São os teus olhos e tua balança que determinam a equivalência do fruto. Basta que semeies e cultives outros pomares, e os frutos diversos saboreie. Afinal, não queres, e nem vais, perder tudo o que cultivaste por causa de um só pomar. Que espécie de agricultora é você?
O que me virá das nuvens
Que habitam o céu azul:
Será o teu verso aberto,
Ou teus impropérios crus?
Se for chover, avisa-me
Antes, o firmamento acinzará.
Não quero aparar aos baldes
O que das nuvens me virá...
Liberta-me de teus encantos
Límpidos e celestiais
Chover já não precisa...
Derramei lágrimas demais
Não quero aparar aos baldes
Os desgostos desta condição:
Amar e não receber de volta
Amor com mesma devoção...
Porque preciso ouvir de tua boca a previsão
Se creio eu já saber a respota?
Junto coragem pra te surpreender:
Vestir a capa, as botas, e bater a porta!
Algumas músicas falam por si só o que a gente sente...
Valeu, Titãs!
Porque eu sei que é amor
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova
Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora
Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
Eu peço somente
O que eu puder dar (2x)
Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta
Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo
Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
Eu peço somente
O que eu puder dar (4x)
A cada trago
Um estrago
De sua baforada
Me distancio
Não acenderei teu cigarro
Disto, eu não compartilho!
Não te vejo por trás da fumaça
Que você, não sei por que, reproduz
E a mim, onde será que me vejo,
Sem ter sabor no teu beijo?
Que não tem o mesmo sabor:
Dos tratos que fizemos entre nós mesmos
De ter os mesmos desejos,
Na vida seguirmos juntos?
Não comungamos mais...
Não acenderei teu cigarro!
Seremos outros a cada vez que acender
A discórdia entre os dedos
E isto, faz, sim, diferença:
Longe ou em minha presença,
Acredite: Não somos mais um.
Acordei no meio da noite
Sentindo-me um homem despido
De pensamento perdido
Procurando encontrar o habitante
Que estivesse a velar meu sono
Enquanto eu não estivesse em mim
Aquele homem era
Fruto de meu trabalho?
Resultado de minhas ações?
Ou um ser inacabado
De tijolos-dúvidas
Estrada-multidireções?
Aquele homem era
O operário ou o patrão?
O herdeiro ou o mendigo?
O herói ou o bandido?
E a estas tantas questões,
O que responderei?
Que partido tomarei,
Se sou homem partido?
A mim basta saber
Se sou opressor ou oprimido
E agir livremente
Na condição que me couber.
Se for pra transgredir
Que seja a hipocrisia e o medo
"Vejo agora em parte
Mas, então, veremos face a face"
O que nos é credo universal: O amor
A resposta que revela o segredo.
Acordado no meio da noite
Aquele homem era eu
Esperando que o sono chegasse
E que meus outros eus voltassem
Pro ponto de partida:
Meu corpo, minha vida.
E da próxima vez que me investigar
Que tantas preocupações
Não me confundam a consciência:
Sou o homem dentro e fora de mim
Se não me perco da essência
E da pertença à liberdade!
O anjo protetor do cinema brasileiro existe e ouviu minhas preces! Finalmente uma comédia romântica com ritmo, beleza e criatividade nacionais: o filme de Cláudio Torres com Vagner Moura e Alinne Moraes tem um roteiro muito bem elaborado e um enredo bastante envolvente, cheio do - apesar do - paradoxal, engraçado sem ser apelativo (como as imitações das comédias norte-americanas que temos visto ultimamente no nosso cinema), sutil e reflexivo.
João/Zero (Vagner Moura) é um homem medíocre - amargo, infeliz, que faz as coisas só por fazer; e genial - cientista inventivo que 'sem querer' desenvolve umas das coisas mais sonhadas pela humanidade: a máquina do tempo. Nesta máquina se transporta exatamente para o dia 'divisor de águas' em sua existência - quando foi humilhado em uma festa da faculdade e perdeu a mulher que amava, Helena (Alinne Moraes). Para que no futuro não viesse a se tornar o cara medíocre que era, com valores totalmente distorcidos, Zero resolve 'ajudar' João (seu eu no passado) a não passar pelo sofrimento que o transformara em um 'fracassado' e possa, assim, ficar para sempre com Helena.
Qual não é a surpresa do João quando descobre que seu plano 'perfeito' piorara e muito o 'seu eu' e a vida das pessoas que ele mais amava. É aí que percebe a burrada que fizera - alterando o passado se tornara um homem infinitamente mais medíocre- sem caráter.
Nas idas e vindas para consertar erros passados, os vários Joãos se encontram (aplausos de pé para Vagner que soube mostrar evidentemente os difrentes eus da personagem) e se confrotam para fazer o que é melhor para si. Do filme, as reflexões e as compreensões são de que: primeiro: o que nós somos hoje não é simples consequência do que nos aconteceu no passado, mas da forma como enxergamos os fatos; segundo: a nossa dor não é a mais doída, a mais sofrida do mundo - sofrer faz parte da vida, assim como sacudir a poeira e buscar o melhor para nós - sem mágoas e sem ódio; e terceiro: sabendo que não é possível mudar o passado devemos sair de nosso comodismo e procurar mudar o presente - este sim, é o nosso próprio tempo como disse Renato Russo em Tempo Perdido (Música que costura o enredo do Homem do Futuro), e é neste tempo, o nosso, que podemos e devemos MUDAR O MUNDO!
A música do Renato parece que foi composta para o filme e é o que nos faz viajar e 'comprar' a aventura proposta pelo diretor. A compreensão do Renato é muito além - se pararmos pra pensar.
Mas como nem tudo é perfeito... Bem particularmente, para mim, o filme é 95% - o final distorce a ideologia impregnada na trama todinha... :/ Mas tá valendo!
No mais, só assistindo pra se deliciar com a interpretação, a trilha e as reflexões colocadas no filme. #SuperRecomendo.
Em breve, Monte Castelo: Fragmentos das histórias de quatro jovens que possuem como trilha sonora de seus momentos as músicas-poesias do Legião Urbana. A montagem é ambientada nos tempos atuais e em lugares-comuns, e tem a trama costurada pela música baseada no livro bíblico Coríntios 13, 1-13 e O amor de Luís de Camões.
Monte Castelo - A música
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
Com palavras, suor e saliva
É imprimir o verbo amar
Com tua língua
É avisar ao corpo
Que a alma transpira.
É avisar à alma
Que o corpo transcende.
É aliviar o corpo.
É presentear alma que suspira.
É saborear teus reversos.
É adoçar a vida.